sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Abertura


27 de agosto de 2010. Pareceu mais um dia, nublado inclusive, aqui em Salvador. Mas, a celebração dos 48 anos da profissão psicologia regulamentada em nosso país é uma Vitória (permitam-me o uso do “v” em maiúsculo), o que diferencia essa sexta feira. Coincidência ou não ontem, 26 de agosto, o nosso atual presidente sanciona a “Lei da alienação parental”. Primeira vez que o estado se posiciona no sentido de coibir uma violência de dominância psicológica e conseqüências devastadoras para os filhos do Brasil. Vitória!

Com 48 anos (uma ciência (?) a arriscar passos), a psicologia surge como fundante para o bom funcionamento normativo de uma lei que se antecipa em tentar inibir problemas psicológicos, sociais e legais. Se cruzamos informações como as disponibilizadas pela 2ª Vara da Infância e Juventude que apontam uma média de 80% dos adolescentes infratores que por ali passam são filhos de pais separados (cabe aqui um esclarecimento que a nota não é pela separação em si, mas pela descaracterização do poder simbólico parental pós separação) poderemos sentir o cheirinho de que algo não caminha como o desejado. Há tempos, a expectativa marital do “felizes para sempre” já caiu, mas que esses altos e baixos, natural da condição humana, respinguem nos que estão “em desenvolvimento”, arrisco, no mínimo, como cruel. Enfim, divagações...

Mas estou feliz. Celebro minha profissão, o reconhecimento da necessidade da tutela do bem jurídico “estado psicológico” de nossas crianças e adolescentes. E celebro, principalmente, o muito que ainda temos a fazer para celebrar.